A mostra reúne esculturas do artesão Joãozinho Caldeira, cuja obra representa um dos maiores legados artísticos do Norte Pioneiro. As peças foram selecionadas pelo curador Jucelino Biagini, de Jacarezinho, e representam um fragmento da produção do artista, que possui cerca de cinco mil esculturas produzidas e espalhadas pelo Brasil e exterior.
A exposição “Joãozinho Caldeira, o Poeta de Barro” alude à formação de um quebra-cabeça. É um processo quase intermitente de (re)construção da própria poética do escultor autodidata, que visa, dentre outros importantes aspectos, dar forma à mitologia que se constitui a partir de fábulas e seres que permeiam de maneira particular seu imaginário.
Assim, suas imagens aguçam sobejadamente nossa vontade de entender o processo adotado pelo artista para relatar suas experiências arquetípicas e o seu olhar idílico sobre o mundo representado primitivamente. Tudo isso por meio de experimentos próprios, recursos técnicos de modelagem em argila e o conhecimento dos processos de monoqueima em forno à lenha.
Esta exposição, portanto, busca condensar, sumariamente, a vivência artística de um homem simples do campo que, num certo dia, sentiu a iminente necessidade de expressar a ironia e a beleza – princípios que coexistem em suas figuras de barro cozido. Figuras estas que constituem, muitas vezes, conjuntos indissolúveis e assumem em suas figuras de barro cozido. Figuras estas que constituem, muitas vezes, conjuntos indissolúveis e assumem não só a expressão de um fragmento, mas, sobretudo, o lugar de protagonistas e de contadores de estórias.
Jucelino Biagini (curador)
A exposição faz parte do acervo temporário do Centro de Memórias, ficando em exibição até o mês de setembro de 2022.
Galeria do acervo de Joãozinho Caldeira