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Os trapicheiros de antigamente
"Trapiche" era a denominação que se dava aos armazéns onde eram guardadas mercadorias importadas ou em vias de serem exportadas. E trapicheiros era o nome atribuído às pessoas que procediam à carga e descarga dessas mercadorias. Na época dourada do café, Jacarezinho tinha muitos desses carregadores que eram então denominados de trapicheiros. Mais tarde, até mesmo com a criação de seu Sindicato (o primeiro do norte pioneiro e do qual participei como advogado) o nome mudou para Carregadores e Ensacadores de Café. Jacarezinho tinha muitos desses homens. Eram em sua maioria negros e muito fortes, com uma resistência inacreditável. E aqui tinha muitos negros, e ainda tem centenas de famílias deles originárias, que vieram com a caravana de 1888 que aportou nesta cidade dando início à colonização do norte do Paraná. Eles vieram na condição de escravos (a escravidão foi abolida exatamente naquele ano) carregando os grandes baús dos pioneiros desbravadores, levando as liteiras, sacarias, puxando carroções etc. Aqui, acabaram por se alojar anos depois nas imediações da Vila Setti e por lá foram ficando e se integraram harmoniosamente à cidade, ajudando-a de maneira decisiva em seu crescimentos. Jacarezinho deve muito a eles. Em razão de sua força prinxipalmente, acabaram por tornar-se em grande número trapicheiros. Nesta foto, de 1949, vemos um grupo deles em um dos armazéns da cidade com uma enorme pilha de sacos de café. Eles, sem proteção alguma , subiam as escadas levando na cabeça um saco de 60 quilos e o jogava no alto da pilha, que, claro, começava ao rés do chão. Sua força é visível nos corpos musculosos deles. Mas o esforço que faziam levou muitos deles prematuramente de nosso convívio, quase sempre vitimados pelo coração.
Acervo e texto: Celso Antônio Rossi. -
(Expressamente proibida a reprodução sem mencionar a fonte e o endereço: jacarezinho.nafoto.net).
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19/03/2010 Publicada por Celso Antônio Rossi
"Trapiche" era a denominação que se dava aos armazéns onde eram guardadas mercadorias importadas ou em vias de serem exportadas. E trapicheiros era o nome atribuído às pessoas que procediam à carga e descarga dessas mercadorias. Na época dourada do café, Jacarezinho tinha muitos desses carregadores que eram então denominados de trapicheiros. Mais tarde, até mesmo com a criação de seu Sindicato (o primeiro do norte pioneiro e do qual participei como advogado) o nome mudou para Carregadores e Ensacadores de Café. Jacarezinho tinha muitos desses homens. Eram em sua maioria negros e muito fortes, com uma resistência inacreditável. E aqui tinha muitos negros, e ainda tem centenas de famílias deles originárias, que vieram com a caravana de 1888 que aportou nesta cidade dando início à colonização do norte do Paraná. Eles vieram na condição de escravos (a escravidão foi abolida exatamente naquele ano) carregando os grandes baús dos pioneiros desbravadores, levando as liteiras, sacarias, puxando carroções etc. Aqui, acabaram por se alojar anos depois nas imediações da Vila Setti e por lá foram ficando e se integraram harmoniosamente à cidade, ajudando-a de maneira decisiva em seu crescimentos. Jacarezinho deve muito a eles. Em razão de sua força prinxipalmente, acabaram por tornar-se em grande número trapicheiros. Nesta foto, de 1949, vemos um grupo deles em um dos armazéns da cidade com uma enorme pilha de sacos de café. Eles, sem proteção alguma , subiam as escadas levando na cabeça um saco de 60 quilos e o jogava no alto da pilha, que, claro, começava ao rés do chão. Sua força é visível nos corpos musculosos deles. Mas o esforço que faziam levou muitos deles prematuramente de nosso convívio, quase sempre vitimados pelo coração.
Acervo e texto: Celso Antônio Rossi. -
(Expressamente proibida a reprodução sem mencionar a fonte e o endereço: jacarezinho.nafoto.net).
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19/03/2010 Publicada por Celso Antônio Rossi
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Entre os trapicheiros de Jacarezinho, se destacaram: Carnaval, José Rosa, Joaquinzão, Manorel Lopes e outros. Manoel Lopes, aos sábados, se vestia de terno de branco e gravata e, usando um brilhante sapato quadriculado de preto e branco, desfilava garbosamente pela Rua Paraná.
26/03/2010 11:07
Arão Moreira Santos Neto
araoms@sercomtel.com.br
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