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O herói
O menino mineiro Olendino de Souza de Patrocínio (MG), expulso de casa aos 13 anos, fome e frio passados na rua até aceitar a proposta de mecânico acabou aprendendo o ofício por comida. A sua habilidade manual era tamanha que logo consertava carros. Tanto que um piloto cliente da oficina opinou: um dia consertaria aviões.
Veio a Jacarezinho ser mecânico dos teco-tecos que pulverizaram as fazendas no auge do plantio de café, até receber a proposta de aprender a pilotar helicóptero. Aqui viveu muitos anos e era por todos conhecido. Seu brevê, orgulha-se a família, tem o número 00005, o quinto piloto autorizado a voar no país.
Foi uma habilitação abençoada. Quando a tensão do golpe militar de 64 ainda corria as ruas em efervescência, foi para São Paulo a convite: conduziria o governador Adhemar de Barros, buscaria “bandidos” na selva e faria resgates em enchentes. Aquela máquina Bell 204B tinha espaço raro na época.
A sua maior façanha ocorreu ao apelo do rádio em 24 de fevereiro de 1972, ao avistar o edifício Andraus na av. São João, lambido por labaredas enormes e cortinas de fumaça negra, com gente gritando e pulando –os pés queimados pelo concreto fervente. Tinha de ser rápido. Segundo contava aos filhos em detalhes, pensou em um “ventilador” –as hélices afastariam as chamas, enquanto os soldados punham as pessoas enlouquecidas em fila. Pousou 32 vezes, resgatando 307 pessoas. Por causa de seu empenho de despreendimento foi condecorado com medalhas de honra ao mérito, até pela ONU e fez gente chorar no programa de Hebe Camargo, enfim virou herói nacional, ao menos enquanto durou a memória da imprensa. Depois daquele dia, a vida seguiu em silêncio, foi com a família para Bauru e trabalhou na Cesp sobrevoando baixinho as altas tensões para supervisão dos técnicos.
Faleceu de derrame em 15/01/2008 aos 79 anos, deixando a viúva, dois filhos e dois netos (Fonte: Folha de São Paulo; texto adaptado por Vicente Estanislau Ribeiro, Vicentinho).
15/05/2009 Publicada por Celso Antônio Rossi
O menino mineiro Olendino de Souza de Patrocínio (MG), expulso de casa aos 13 anos, fome e frio passados na rua até aceitar a proposta de mecânico acabou aprendendo o ofício por comida. A sua habilidade manual era tamanha que logo consertava carros. Tanto que um piloto cliente da oficina opinou: um dia consertaria aviões.
Veio a Jacarezinho ser mecânico dos teco-tecos que pulverizaram as fazendas no auge do plantio de café, até receber a proposta de aprender a pilotar helicóptero. Aqui viveu muitos anos e era por todos conhecido. Seu brevê, orgulha-se a família, tem o número 00005, o quinto piloto autorizado a voar no país.
Foi uma habilitação abençoada. Quando a tensão do golpe militar de 64 ainda corria as ruas em efervescência, foi para São Paulo a convite: conduziria o governador Adhemar de Barros, buscaria “bandidos” na selva e faria resgates em enchentes. Aquela máquina Bell 204B tinha espaço raro na época.
A sua maior façanha ocorreu ao apelo do rádio em 24 de fevereiro de 1972, ao avistar o edifício Andraus na av. São João, lambido por labaredas enormes e cortinas de fumaça negra, com gente gritando e pulando –os pés queimados pelo concreto fervente. Tinha de ser rápido. Segundo contava aos filhos em detalhes, pensou em um “ventilador” –as hélices afastariam as chamas, enquanto os soldados punham as pessoas enlouquecidas em fila. Pousou 32 vezes, resgatando 307 pessoas. Por causa de seu empenho de despreendimento foi condecorado com medalhas de honra ao mérito, até pela ONU e fez gente chorar no programa de Hebe Camargo, enfim virou herói nacional, ao menos enquanto durou a memória da imprensa. Depois daquele dia, a vida seguiu em silêncio, foi com a família para Bauru e trabalhou na Cesp sobrevoando baixinho as altas tensões para supervisão dos técnicos.
Faleceu de derrame em 15/01/2008 aos 79 anos, deixando a viúva, dois filhos e dois netos (Fonte: Folha de São Paulo; texto adaptado por Vicente Estanislau Ribeiro, Vicentinho).
15/05/2009 Publicada por Celso Antônio Rossi
Bom dia Dr. Celso. Belíssima, justa e bem lembrada homenagem ao Souza. Eu o conheci bem. Era homem de elevada estatura e morava em frente à casa de meus pais na Rua Benjamin Constant em nossa querida Jacarezinho. Ele era o mecânico dos helicópteros que pulverizavam BHC nas lavouras de café. O piloto titular era o Sr. Manoel de Ohms, pai do Atilano de Ohms Sobrinho, fundador e principal sócio da empresa paranaense “Inepar”, o qual cursou o terceiro ano do colegial conosco no Colégio Estadual Rui Barbosa. Manoel de Ohms faleceu, segundo improváveis comentários, por intoxicação com o agrotóxico usado em seu trabalho. Com o falecimento do piloto titular o Souza assumiu a tão importante função.
21/05/2009 12:26
Arão Moreira Santos Neto
araoms@sercomtel.com.br
Dr. Celso,conheci a história dessa herói no ano passado, quando faleceu. Antes não sabia. Na época do sinistro no Andraus eu era pequena. Prova de que em 34 anos pouco ou nada se falou dele nos meios de comunicação.
18/05/2009 11:56
Eli
elidemoraes@uol.com.br
http://saudadesampa.nafoto.net
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